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Universidade Federal do Ceará
Tupa – Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno

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Quem é Francis Wilker ?

Data de publicação: 27 de agosto de 2020. Categoria: Notícias, Quem é, Sem categoria

Francis Wilker nasceu na cidade de Jataí, interior de Goiás. Viu no teatro a oportunidade de expressar seu encanto e seu assombro pelas coisas do mundo. Aos dezoito anos, mudou-se para Brasília e iniciou a graduação em Artes Cênicas na UnB. “Fazer teatro me abria outras leituras de mundo, de tocar suas contradições e poder agir artisticamente nos meus contextos para cultivar em mim e fortalecer em outres o desejo de podermos criar novas possibilidades de ser mundo, de ser no mundo, de ser”. Hoje ele integra a equipe de docentes do curso de Teatro-Licenciatura da Universidade Federal do Ceará.

Francis sempre foi apaixonado pela educação e sabia que estudar poderia lhe dar a possibilidade de se desenvolver e ocupar outros espaços, gerando para a família materna que o criou, outros imaginários ao ser o primeiro a cursar uma universidade. Na sua trajetória, as práticas artística e pedagógica se encontraram cedo e nunca mais se separaram.

O professor acredita que o início de uma carreira profissional traz desafios em qualquer área. Em nossa realidade a arte e a cultura não recebem o devido valor, quase sempre, nós de teatro precisamos cultivar a insistência e a determinação. “Fui trilhando o meu caminho sabendo que teria que viver o esforço de quem precisa abrir espaço: fiz trampos como garçom, depois como professor temporário na rede pública e particular, além de ter atuado sistematicamente em projetos sociais focados na educação e cultura em diferentes ONGs.. Paralelamente a essas experiências profissionais, o professor viu no teatro de grupo um modo de seguir desenvolvendo-se como artista. Em 2003, juntamente com um grupo de amigos, criou o grupo Teatro do Concreto, em Brasília. Para ele, o sentido de estar em grupo “ é encontrar seus aliados, suas parcerias, é criar uma comunidade de sentido que procura estratégias para aprender, criar, sofrer e se profissionalizar juntos”.

“Com isso, quero dizer que os espaços não estão dados, que é um exercício contínuo de conquista e que nossa atitude importa muito. O modo como lidamos com a profissão, com o trabalho e com o outro vai criando uma narrativa sobre nós, no meu caso, foi a dedicação na sala de aula de uma escola pública na periferia do DF que abriu as portas para todas as oportunidades profissionais que tive na vida, se estou aqui hoje sendo professor nessa licenciatura em Teatro é também graças ao professor que eu fui na primeira oportunidade que conquistei para dar aula”

Francis cita um ponto importante que é a desigualdade que rodeia nosso país: “Ao falar de mim, tenho plena consciência de que minha história de vida não é uma regra, de que tenho alguns privilégios nesse país de desigualdades monstruosas e sei também que o percurso de cada pessoa é diferente, sei que para muita gente, as lutas que travei são ainda maiores”.

Ao comentar o que o motiva e fortalece, o professor comenta do encontro com os calouros do curso de Teatro da UFC em 2020, momento em que pôde escutar relatos emocionados sobre as motivações de cada estudante sobre o ingresso no curso “Ali, naquela roda, comecei a pensar que todo dia deve nascer alguém que não irá se sentir cabendo na forma pré-moldada do mundo, que se sentirá deslocada, que vai ter mania de ver as coisas ao seu redor de um jeito poético, que vai sentir uma necessidade aguda de expressar e compartilhar com o outro o modo como percebe, sente, critica e se encanta com esse mundo. E o curso pode ser um lugar de pertencimento, de encontrar os pares, de desenvolver a poética de cada um/uma. Senti muito orgulho de ser professor de Teatro e agradeci a toda gente de teatro que veio antes de mim, que seguiram lutando para que tivéssemos um curso de teatro na universidade pública”.

O professor ressalta também a importância da prática teatral na sociedade e o desejo de que os/as artistas-pesquisadores-docentes formados pela UFC sigam ocupando as ruas, os palcos, as salas de aula, as comunidades, a internet e onde mais o teatro conseguir entrar.

“O nosso fazer é uma política do sensível, talvez, não mude o mundo, mas sonha com isso, acorda esse sonho em outres e, sobretudo, cultiva em cada um de nós esse desejo. Um compromisso ético, estético e político com o nosso tempo”

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