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Universidade Federal do Ceará
Tupa – Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno

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Quem é Débora Frota?

Data de publicação: 23 de julho de 2020. Categoria: Notícias, Quem é, Sem categoria

Formada, antes de tudo, pelo Curso de Arte Dramática da UFC, e pela Graduação em Teatro-Licenciatura, primeira turma da UFC.

O que é querer Ser?

Primeiro queria ser astronauta e voar na imensidão do espaço. Depois botânica, mas na compreensão infante era o pé na terra que me encantava. Segui com pensamentos em jornalista, veterinária, surfista, mecânica, arqueóloga, matemática e finalmente atuária. Balzaquiana, decidi abandonar as diretrizes cartesianas e ser atriz. No Curso de Arte Dramática da UFC pousei. Ser artista era a prerrogativa irrefutável. Formada pelo CAD queria ainda semear e assim ingressei no curso superior em Teatro, Licenciatura. A primeira e tão esperada turma da Universidade Federal do Ceará. E foi lindamente árdua a caminhada. A cada semestre um espetáculo. Ensaiar até tarde, ficar em cartaz nos finais de semana, compartilhar, artistar.

No Curso de Arte Dramática da UFC formou-se com o espetáculo Curral Grande, direção Joca Andrade. Uma revolução em sua vida, saindo da área atuarial para o Teatro.

Embora licenciatura, ser professora, jamais! Nada era mais certo. Eu queria os palcos dos teatros da cidade. Mas… aí… no entremeio desse percurso o PIBID chegou. Eram poucas vagas e menos ainda concorrentes. Pq não? Pq sim? Tem a bolsa!! Huuumm… Fui! Pra que? Não sei! Só segui a onda. E a maré me levou para as profundezas nebulosas da incerteza. Que lugar era esse de tamanha instabilidade? De tantas certezas teóricas acadêmicas que faziam a prática ilusória e até duvidosa? O que era esse Artista-Pesquisador-Docente, tão incentivado na graduação, em Ser? A cada dia, depois daquilo, tudo fora caos. A desordem era a certeza. Não havia modelo, receita ou repetição possível de existir uma duplicata. Nada mais era certo. E nada mais foi tão esplendoroso. O palco agora era um não-lugar, estendido e dilatado constantemente pelas inúmeras relações cotidianas escolares.

No Liceu do Conjunto Ceará, enquanto pibidiana, entendi o que realmente eu queria, Ser. Foi ali, como professora, que mais floresci, espinhei, chorei, desisti, voltei e me reencontrei. E “para não dizer que não falei das flores”, se me permite o trocadilho, foi no Colégio da Polícia Militar do Ceará que me assentei. Em uma estrutura educacional rigorosa de ordem, disciplina e tradição, há oito anos demarco diariamente o território do caos, do acaso e da arte. Como um canino que levanta a pata para expelir seus excrementos e rosna a qualquer sinal de ameaça. Então não posso dizer que sou mansa, tão pouco dócil. Afetiva sempre. Principalmente no tocante a educação. Numa construção crítica, reflexiva e para o mundo, pois como diria Paulo Freire, “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. E assim sigo, resistindo para existir. Sempre! Evoé!!

Texto escrito por Débora Frota Chagas

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