Quem é Débora Frota?
Data da publicação: 23 de julho de 2020 Categoria: Notícias, Quem é, Sem categoriaFormada, antes de tudo, pelo Curso de Arte Dramática da UFC, e pela Graduação em Teatro-Licenciatura, primeira turma da UFC.
O que é querer Ser?
Primeiro queria ser astronauta e voar na imensidão do espaço. Depois botânica, mas na compreensão infante era o pé na terra que me encantava. Segui com pensamentos em jornalista, veterinária, surfista, mecânica, arqueóloga, matemática e finalmente atuária. Balzaquiana, decidi abandonar as diretrizes cartesianas e ser atriz. No Curso de Arte Dramática da UFC pousei. Ser artista era a prerrogativa irrefutável. Formada pelo CAD queria ainda semear e assim ingressei no curso superior em Teatro, Licenciatura. A primeira e tão esperada turma da Universidade Federal do Ceará. E foi lindamente árdua a caminhada. A cada semestre um espetáculo. Ensaiar até tarde, ficar em cartaz nos finais de semana, compartilhar, artistar.
Embora licenciatura, ser professora, jamais! Nada era mais certo. Eu queria os palcos dos teatros da cidade. Mas… aí… no entremeio desse percurso o PIBID chegou. Eram poucas vagas e menos ainda concorrentes. Pq não? Pq sim? Tem a bolsa!! Huuumm… Fui! Pra que? Não sei! Só segui a onda. E a maré me levou para as profundezas nebulosas da incerteza. Que lugar era esse de tamanha instabilidade? De tantas certezas teóricas acadêmicas que faziam a prática ilusória e até duvidosa? O que era esse Artista-Pesquisador-Docente, tão incentivado na graduação, em Ser? A cada dia, depois daquilo, tudo fora caos. A desordem era a certeza. Não havia modelo, receita ou repetição possível de existir uma duplicata. Nada mais era certo. E nada mais foi tão esplendoroso. O palco agora era um não-lugar, estendido e dilatado constantemente pelas inúmeras relações cotidianas escolares.
No Liceu do Conjunto Ceará, enquanto pibidiana, entendi o que realmente eu queria, Ser. Foi ali, como professora, que mais floresci, espinhei, chorei, desisti, voltei e me reencontrei. E “para não dizer que não falei das flores”, se me permite o trocadilho, foi no Colégio da Polícia Militar do Ceará que me assentei. Em uma estrutura educacional rigorosa de ordem, disciplina e tradição, há oito anos demarco diariamente o território do caos, do acaso e da arte. Como um canino que levanta a pata para expelir seus excrementos e rosna a qualquer sinal de ameaça. Então não posso dizer que sou mansa, tão pouco dócil. Afetiva sempre. Principalmente no tocante a educação. Numa construção crítica, reflexiva e para o mundo, pois como diria Paulo Freire, “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. E assim sigo, resistindo para existir. Sempre! Evoé!!
Texto escrito por Débora Frota Chagas