Quem é B. de Paiva?
Data da publicação: 4 de junho de 2020 Categoria: Notícias, Quem é, Sem categoriaJosé Maria Bezerra de Paiva, que ficou conhecido apenas como B. de Paiva, nasceu em Fortaleza, Ceará, em 6 de novembro de 1932. Como ator, professor, dramaturgo e administrador cultural, transformou-se em referência na história do teatro brasileiro, em 60 anos de carreira.
Em 1950 estreou como autor e ator no Teatro Experimental de Arte, fundado por ele e os amigos Hugo Bianchi, Marcos Miranda e Haroldo Serra.
No final da década 1950, motivado pela programação cultural que testemunhara no âmbito universitário por ocasião de uma viagem aos Estados Unidos, o Reitor Antônio Martins Filho decide criar na Universidade do Ceará, (posteriormente Universidade Federal) espaços e núcleos de produção artística. Neste sentido, entre as suas inúmeras realizações, toma a iniciativa de ensejar a fundação do Curso de Arte Dramática (CAD).
Por indicação de Edmundo Moniz, diretor do Serviço Nacional do Teatro (órgão federal sediado no Rio de Janeiro) Martins Filho convida para estruturar e dirigir o curso José Maria B. de Paiva, cearense que desde 1954 radicara-se no Rio onde integrara a equipe de jovens encenadores do Teatro Duse sob a direção de Paschoal Carlos Magno.
Em 1963, B. de Paiva propõe a adoção de uma sede própria para o Curso de Arte Dramática e sugere a compra das instalações do Educandário Santa Maria, fundado pelas irmãs Ferreira Lima como Ginásio nos anos 1930, local que à época dispõe de um teatro aberto a montagens teatrais dos alunos e a temporadas de grupos locais.
Em 1964, após intervenções arquitetônicas, o antigo prédio da escola (Avenida Visconde de Cauípe, atual Avenida da Universidade, 2210,) sedia definitivamente o CAD e, a partir de junho de 1965, também o Teatro Universitário.
O Curso viria a criar uma nova mentalidade cênica, uma nova geração de atores e dando oportunidade a quem quer se iniciar no teatro de maneira correta. Entre as grandes montagens do Teatro Universitário estão: Auto da Compadecida, A Raposa e as Uvas, Antígona, Bodas de Sangue, Macbeth, e a dramatização dos poemas Lamento pela Morte de Inácio de Lorca, e Cancioneiro de Lampião, Rosário, Rifles e Punhal, de Nertan Macedo.
B. de Paiva atua na direção do então CAD de 1960 a 1967.
Trabalha em mais de 500 produções para cinema, rádio, TV e, principalmente, teatro. Inicia a carreira em 1947 e logo em seguida junta-se a Marcus Miranda e Haroldo Serra, entre outros, para fundar o Teatro Experimental de Arte, um dos principais capítulos da dramaturgia cearense.
Aqui, dirigindo o Teatro Universitário e a Comédia Cearense, liderou não apenas o movimento das artes cênicas do Ceará (até 1967), mas também o processo pela criação em Fortaleza da primeira Secretaria da Cultura do Brasil. Depois, outra vez radicado no Rio, fez-se diretor do Conservatório Nacional de Teatro e, posteriormente (1974-1977), reitor da FEFIERJ (berço da UNI-Rio), quando então tornou-se um dos precursores da implantação do ensino universitário de Teatro.
No início dos anos 1980, e por toda a década seguinte, o nosso B. passou a viver em Brasília onde dirigiu a Fundação Brasileira de Teatro, implantada por Dulcina de Moraes.
B. de Paiva protagonizou, no início do século XXI, ações culturais da Universidade Federal do Ceará e também dirigiu, por certo tempo, o Colégio de Direção do Instituto Dragão do Mar de Arte e Cultura que agora o homenageia. Atualmente aos 87 anos B. De Paiva reside em Fortaleza e inspira novas gerações de artistas.